A dor lombar afeta grande parte da população global e leva a inúmeras consultas médicas, dias de trabalho perdidos e até mesmo incapacidades permanentes.
Apesar dos avanços na tecnologia médica e nos procedimentos de diagnóstico, o custo do tratamento da lombalgia continua aumentando. Isso se deve ao alto índice de diagnósticos falso-positivos em exames de imagem, resultando no aumento de cirurgias desnecessárias. Afeta igualmente homens e mulheres, geralmente começando entre as idades de 30 e 50 anos.
Estima-se que dois terços dos adultos sentirão lombalgia em algum momento de suas vidas. A abordagem tradicional de diagnosticar a lombalgia baseada apenas na presença da patologia encontrada em exames de imagem tem se mostrado pouco confiável, tornando crucial que a escolha do tratamento conservador adequado seja realizado por um profissional que esteja atualizado com as mais recentes pesquisas e protocolos e que tenha formação e experiência nas principais técnicas por estes recomendadas
As dores lombares podem ser locais e também podem irradiar para as pernas. Ciática ou ciatalgia é a dor ao longo do trajeto do nervo ciático, geralmente resultado do comprometimento da raiz nervosa na coluna, mas também pode ser por compressão ou inflamação do próprio nervo. Quando além da dor no trajeto do nervo o paciente apresentar dor lombar, usa-se o termo “lombociatalgia”. Outra manifestação semelhante à ciatalgia é a cruralgia, que acontece pela compressão das raízes do nervo crural, causando dor especialmente na face anterior da coxa. É importante fazer um diagnóstico diferencial das dores na articulação sacroilíaca, se elas são de origem lombar ou local.
Nossa abordagem do tratamento das lombalgias, sejam elas locais ou irradiadas pelo membro inferior, ou mesmo sacroilíacas (locais ou irradiadas), é personalizada para cada paciente. Inicia-se com uma detalhada anamnese (entrevista) do paciente para determinar as condições de seu quadro, seu histórico, se é possível realizar o tratamento ou se o paciente deve ser encaminhado para o médico caso apresente red flags (sinais indicadores de patologias graves), quais as características de sua dor, qual o nível de intensidade de sua dor e de incapacidade gerada, se a natureza do quadro é mais inflamatória ou mecânica, se se trata de uma dor aguda ou crônica, e por fim se o paciente apresenta yellow flags (sinais indicadores de risco biopsicossocial), o qual necessitará de uma abordagem que se utilize dos conceitos atuais de Neurociência da Dor, podendo também o paciente ser encaminhado para outros profissionais para um tratamento multidisciplinar.
Após a anamnese seguimos para uma avaliação física completa. O processo de avaliação analítica é contínuo, sendo o paciente examinado em intervalos frequentes durante a sessão, para possibilitar que o fisioterapeuta avalie o resultado de seu tratamento até então. Ele continua ou altera sua técnica de acordo com a mudança ou com a ausência de mudança detectada.
O tratamento será individualizado, onde o fisioterapeuta utilizará as técnicas de Terapia Manual mais adequadas ao paciente, conforme sua avaliação, podendo estas serem da Osteopatia, do Conceito Maitland, do Conceito Mulligan e/ou de Neurodinâmica.
Na presença de Dor Miofascial serão utilizadas técnicas de tratamento dos pontos-gatilhos miofasciais como Técnicas Neuromusculares Modernas e/ou Agulhamento a Seco. Modalidades fisioterapêuticas como Terapia Por Ondas de Choque e Fotobiomodulação também poderão ser utilizadas dependendo da situação. E por fim, caso seja detectada a necessidade, o paciente será orientado a realizar exercícios do Método Mckenzie, de Estabilização Segmentar, e/ou de Neurodinâmica.